quarta-feira, 20 de maio de 2009

Como Montar um Negócio de Sucesso


Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE) mostra que 50% das empresas brasileiras encerram suas atividades com até dois anos de existência, 56,4% com até três anos e 60% até quatro anos após terem sido abertas. Podemos concluir que abrir um negócio próprio no Brasil é bastante arriscado. Por outro lado, cerca de 470 mil novas empresas são abertas por ano no país. Apesar do alto risco e das dificuldades, o brasileiro continua sendo um povo com perfil empreendedor.

Mas perfil empreendedor não basta. É preciso ter sucesso nos negócios para que se tenha um crescimento econômico sustentável em qualquer nação. Diante dessa realidade, o primeiro passo rumo à abertura de uma empresa é responder sinceramente à pergunta: estou preparado para encarar este desafio?


Caso a resposta seja positiva, podemos passar para o segundo passo: definir o ramo de atividade em que se deseja atuar. O empreendedor precisa ter paixão por sua atividade. É preciso colocar ´PIQUE´ (Paixão, Iniciativa, Questionamento, Urgência e Entusiasmo) em tudo que fazemos. Se quisermos ter sucesso, nada mais apropriado do que definir as características de um empreendedor.


Uma vez encontrada esta vocação, avançamos para o passo seguinte: planejar a empresa. Muitos negócios não têm sucesso por falta de planejamento. E o que é planejamento, afinal? É uma ferramenta mágica que reduz os riscos e garante o sucesso do futuro negócio? É algo extremante sofisticado que somente grandes empresas podem comprar das consultorias de gestão? Segundo o novo dicionário Aurélio, planejar significa “fazer o planejamento de; elaborar o plano ou roteiro de; conjunto de métodos ou medidas para a execução de um empreendimento”. Não é nada mágico, nem assegura que haja sucesso ou fracasso. No entanto, apesar de ser impreciso, faz o empreendedor pensar em algumas variáveis essenciais para analisar a viabilidade do seu projeto. Vejamos então estas variáveis:


Competitividade

Recursos financeiros necessários

Mercado - Projeção de Vendas

Análise de custos e formação de preços

Foco no cliente – como satisfazê-lo? Como surpreendê-lo? Como encantá-lo?

Localização e Estrutura

Equipe – quem serão meus funcionários?

Parceiros – quem serão meus fornecedores?

Plano de negócios - reunindo as variáveis anteriores num mesmo plano.


Agora que já temos um plano de negócios, significa que analisamos estas variáveis e definimos estratégias. Estratégias... Outra palavra tão usada no mundo dos negócios, cujo significado, muitas vezes, é desconhecido para os novos empreendedores. O que é estratégia? Muitas das variáveis analisadas acima, no nosso plano de negócios, são imprevisíveis. Ora, se a intenção de planejar era fazer previsões de variáveis no plano de negócios, como fazemos com as variáveis imprevisíveis? Exemplos: qual a taxa de câmbio que se deve utilizar para prever as exportações da empresa, nos próximos cinco anos? O dólar vai subir, o dólar vai cair? O que fazer com essa variável no planejamento empresarial?


A definição mais apropriada para a palavra “estratégia” é “escolha”. Na verdade, o empreendedor analisa o cenário atual e projeta um cenário futuro, a partir da sua percepção da evolução dos fatos políticos, sociais, culturais, tecnológicos e econômicos, e tenta analisar o impacto destes fatos no seu micro, pequeno ou grande negócio.


Definido o planejamento e a estratégia empresarial, podemos passar para o quarto passo: a formalização da empresa, o nascimento da pessoa jurídica. Aqui começa a escalada burocrática, forjada pelas leis federais, estaduais e municipais. Vamos visualizar melhor esta etapa:


Registro de marca

Registro de patente

Definição da espécie e natureza jurídica

Registro da empresa

Tratamento tributário da empresa

Mapeamento das obrigações legais do seu negócio.


Para estas atividades, dois profissionais são necessários para assessorar, de forma eficaz, o novo empreendedor: o contador e o advogado. Eles são os responsáveis pela abertura e manutenção da pessoa jurídica.


O quinto e último passo não é um projeto, pois não tem início, meio e fim. É uma missão árdua e contínua: desenvolver a empresa, fazer bons negócios, ser criativo, obter crédito, crescer, mensurar a qualidade dos serviços percebida pelos clientes, melhorar cada vez mais esta qualidade, criar valor para os clientes, apropriar-se cada vez mais deste valor.


Se conseguir passar por todos estes passos, parabéns! Você pode se considerar um verdadeiro empreendedor de sucesso.

Autor: Cláudio J. Carvajal Jr - Coordenador do curso de Administração de Empresas da Faculdade Módulo, é administrador de empresas com pós-graduação pela EAESP/FGV e MBA pela Universidade da Califórnia

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