quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eureka vs Empreendedorismo

Will Kellogg, provavelmente nunca imaginou que seria responsável pelos hábitos alimentares de muitas famílias ao inventar os cereais. Na verdade, descobriu que grãos de trigo demolhados, esmagados e posteriormente torrados transformavam-se em flocos deliciosos.

Tal como os cereais, muitos outros produtos e serviços que dispomos no nosso dia-a-dia são fruto de descobertas ocasionais. Verificamos que basta uma simples substituição, combinação, adaptação, modificação ou eliminação de componentes existentes em produtos ou serviços já existentes para criarmos uma nova necessidade, em todos nós – consumidores.

A diferença entre a invenção de Kellogg e de muitas outras invenções que não passam de folhas de rascunho dentro de uma velha gaveta foram as suas características empreendedoras. A sua teimosia e persistência levaram-no a experimentar o mesmo processo com outros grãos, criando assim os conhecidos flocos de milho torrado (Toasted Corn Flakes). Além de curioso e dedicado, a sua criatividade e apetência para criação de slogans publicitários fizeram de si, num prazo de 20 anos (1906-1926), um dos homens mais ricos da América.

Estes e muitos outros exemplos poderiam ser focados para vos transmitir que, ao contrário do que o título deste artigo sugere, acredito que os “momentos eureka” devem estar aliados à cultura empreendedora de uma sociedade.

Também acredito que, tal como estes “momentos”, a investigação científica que se faz nas universidades portuguesas deveria estar cada vez mais ligada a uma cultura empreendedora. Na minha opinião, em Portugal, os incentivos à investigação só serão economicamente viáveis quando forem maioritariamente aproveitados para a criação de micro e pequenas empresas, de carácter inovador. A presença destas empresas no tecido empresarial português seria benéfica para a criação de clusters empresariais junto das universidades. No melhor dos cenários teríamos a criação de novos postos de trabalho para recém-licenciados, limitando assim a conhecida “fuga dos cérebros” do nosso país, e ainda um aumento de exportações de produtos e serviços de elevado valor acrescentado.

Resumindo e concluindo: Portugal e os portugueses para “sobreviverem” face aos novos mercados emergentes deverão ser capazes de criar novos produtos, aliando a investigação já existente à criação de micro e pequenas empresas especializadas tal como muitos países do norte da Europa fizeram ao longo da última década.


Fonte: http://www.rs4e.com/portal/eureka

Gestor de Projectos do CEIM - Centro de Empresas e Inovação da Madeira

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