quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Empreendedorismo social


Como empreendedores podem promover mudanças na sociedade

Publicado em 22/08/2006 - 00:01


Por Renato Marques, de Salvador (BA)

Se "empreendedorismo" é a palavra da moda, "empreendedorismo social" é quase um termo obrigatório. No entanto, poucos são os que realmente entendem o significado da expressão, cunhada após pesquisas da ONU (Organização das Nações Unidas) que apontaram o empreendedorismo como uma das saídas para a miséria no mundo. O empreendedorismo no terceiro setor foi o tema central da última palestra desta segunda-feira, no XVI Seminário Nacional de Incubadoras e Parques Tecnológicos.

Em 2002, a ONU traçou oito metas para acabar com a miséria no mundo, para serem cumpridas até 2015. No ano passado, a entidade decidiu fazer uma pesquisa para avaliar o andamento do plano, assumido por todos os seus afiliados. Os resultados mostraram que, exceção feita à China, poucos países investiram de verdade na redução da pobreza mundial. "Não temos grandes motivos para comemorar. Apesar de algumas melhorias, em alguns lugares os índices positivos são insignificantes", explicou a diretora da Fundação Avina, Neylar Lins.

Foi então que a entidade decidiu avaliar de que maneira o potencial do setor privado e do empreendedorismo poderiam colaborar a reduzir a miséria no mundo. "O resultado mostrou que para combater a pobreza, é preciso potencializar a geração de empregos e distribuição de renda através do desenvolvimento do empreendedorismo local", detalhou Neylar.

Esta percepção vem acompanhada de um aumento natural do interesse das empresas privadas pelo investimento em ações de responsabilidade social. Estas destinações de recursos, bem como a explosão do número de organizações da sociedade civil, criaram um panorama favorável para uma nova visão sobre as ações sociais. Essas perderam o caráter assistencialista pois, ao mesmo tempo em que auxiliam determinado público, dão retorno para as empresas.

"O conceito de responsabilidade social está vagarosamente saindo da questão de necessidade para um alógica de efetivação de direitos", opinou o coordenador de Tecnologias Sociais da Petrobras, Lenart Nascimento. "Todas as ações da empresa, seja a compra de uma plataforma ou o investimento em um oleoduto, passam pelo tripé rentabilidade, crescimento e responsabilidade social."

Rede de empreendedores

Para alguns, pode parecer que a empresa está buscando "ganhar" algo com atividades sociais. Mas não é o que acontece. No caso da Petrobras, por exemplo, certificar-se que os projetos atendem ao tripé acima citado garante o sucesso na escolha do programa. Com esse foco, foi que, entre 2003 e 2006, a estatal brasileira investiu R$ 303 milhões em programas de responsabilidade sócio-ambiental.

O que acontece é que os "empreendedores sociais" estão em toda a escala da sociedade. Isso porque ao mesmo tempo em que o pobre que é atendido por determinado programa é levado a agir e empreender para melhorar de situação, o alto empresário investe seus recursos no desenvolvimento do trabalho. Tudo, no entanto, tem passado por um lento processo de modificação na cabeça das pessoas, que deixam seus preconceitos de lado para investir em trabalhos desta natureza.

"Hoje, temos 1,5 milhões de pessoas envolvidas com sociedades civis. A revolução da comunicação deixou as pessoas mais conscientes para esse envolvimento", explicou Neylar. "Atualmente, os emrpeendedores sociais estão no mundo todo. A diferença é que nos países mais pobres, eles passam a ser quase mágicos", concluiu.


Fonte: Universia

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