terça-feira, 25 de agosto de 2009

IBM traz ao Brasil programa de apoio a novos negócios


18/08/2009

Objetivo é aproximar empresas nascentes dos desenvolvedores de tecnologia e fundos de capital de risco. Centro de inovação inaugurado pela IBM em SP dará suporte às iniciativas

A rotina de Marcelo Sena e de seus quatro sócios passou por uma revolução no início do ano. A Usix - empresa criada por um grupo de amigos com o objetivo produzir software para seguradoras - recebeu um aporte, de valor não revelado, do fundo Criatec. E veio a reboque uma transformação nos procedimentos de gestão da pequena companhia, que tem sede em Fortaleza.

"Passamos a ter mais transparência e mais rigor nos controles internos", afirma Sena, diretor comercial da Usix. Os resultados já levam o empresário a sonhar mais alto. Sena quer ampliar as parcerias comerciais da empresa, dar corpo aos negócios e, em alguns anos, listar a Usix na bolsa de valores.

Quem fez o meio de campo entre a Usix e a Criatec - fundo com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e administrado pela Antera Gestão de Recursos - foi a IBM. A companhia americana tinha a Usix em sua lista de parceiros, apostou no potencial da empresa e ajudou-a a encontrar um investidor.

Esse é um papel que a IBM pretende desempenhar com frequência cada vez maior no mercado brasileiro. A companhia promoveu, nesta terça-feira (18/08), a primeira edição do IBM Venture Capital Forum no País. O objetivo é aproximar universidades, desenvolvedores de tecnologia e fundos de capital de risco (venture capital) dispostos a bancar investimentos em empresas novatas. O encontro reuniu pequenos empreendedores com grandes investidores como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), a BV Capital e a Endeavor.

"Há dois anos começamos uma aproximação com o mercado local. Agora, vamos oficializar o lançamento dessa comunidade IBM", afirma Claudia Munce, vice-presidente mundial do IBM Venture Capital Group - a divisão da empresa americana que tem exatamente a finalidade de prospectar novas tecnologias e novos parceiros.

Segundo ela, o Brasil é um mercado em potencial para esse tipo de investimento. Sinal disso foi o bom desempenho do País no ano passado, quando terminou com um estoque de US$ 27 bilhões para aportes em empresas privadas e companhias nascentes, de acordo com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). Desse total, US$ 11 bilhões ainda estavam disponíveis para investimento.

A executiva garimpa as empresas em universidades, no mercado de tecnologia da informação (TI) ou por indicação dos investidores. A partir daí, elas recebem apoio da IBM. Desde que os investimentos em tecnologia renasceram, Claudia já garimpou 1.400 empresas. Destas, 375 já trouxeram receita para a IBM.

A IBM não coloca recursos próprios nas empresas nascentes que considera promissoras, mas procura apresentá-las a investidores. No Brasil, isso era feito de forma menos estruturada até agora, mas a expectativa de Claudia é de que o processo se torne mais ágil daqui para a frente. Segundo a executiva, já foram identificadas cerca de 120 empresas inovadoras no país que interessam à companhia.

Um centro de inovação que a IBM inaugurou em São Paulo em maio deste ano dará suporte às iniciativas. O local oferece infraestrutura para se trabalhar com as áreas com potencial de inovação: universidades, profissionais de tecnologia da informação e empresas nascentes."O centro mostra que estamos comprometidos com o mercado local. Ele vai oferecer às empresas com potencial para investimento toda a assessoria para que ela cresça ", ressalta a executiva. De acordo com ela, a IBM mantém 43 desses centros de inovação no mundo.

A IBM faz um mapeamento do mercado com a ajuda de fundos de capital de risco, mas também faz as vezes de "olheira" em universidades e em sua própria carteira de parceiros comerciais. "Selecionamos parceiros com quem queremos trabalhar", afirma Ricardo Mansano, diretor de relações com desenvolvedores no Brasil.

Segundo Claudia, criar uma comunidade de investidores e parceiros em vários países tem importância crescente para a IBM, que obtém 60% de sua receita fora dos Estados Unidos. "O mercado brasileiro está se tornando maduro. Não estaríamos aqui se não víssemos um grande potencial", diz.

(Fonte: Valor Econômico, O Globo e O Estado de S. Paulo - 18/07/2009)

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