domingo, 6 de setembro de 2009

Em busca de capital

Com Agência Sebrae de Notícias

Robôs projetados para inspeção de equipamentos que operam em águas profundas, projetos para o setor elétrico e comércio on-line de roupas e acessórios de modas para jovens adeptos do cristianismo. Estes foram três dos seis projetos apresentados por empresas incubadas no ‘Primeiro Encontro com Investidores’, promovido pela Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), realizado na quinta, dia 3, na capital fluminense.

Ao todo, foram mapeadas 26 empresas que desenvolvem trabalhos na Coppe/UFRJ, no Instituto Militar de Engenharia (IME) e no Instituto Nacional de Tecnologia (INT). A escolha levou em conta a condição de empresas incubadas com características de potencial de crescimento. O encontro, para o qual foram convidados 14 investidores de capital de risco, é uma das ações do consórcio formado por incubadoras com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Para a empresária Wilsa Atella, da Ambidados, a chance de apresentar o trabalho nestas condições é preciosa. Com foco no setor naval e petrolífero, a empresa desenvolveu uma bóia oceanográfica com telemetria de dados via satélite. O cruzamento de informações como ventos, correntes e marés evita, por exemplo, que navios tenham que atracar em outros portos por não encontrar condições adequadas no destino previsto, o que resulta em operação de alto custo.

Criada em 2006, a Ambidados calcula um aporte de capital de R$ 5 milhões para investimento. Os recursos serão aplicados na contratação de profissionais altamente qualificados e na aquisição de novos equipamentos. A projeção é atingir um faturamento de R$ 10, 8 milhões no quinto ano após o investimento.

“A empresa tem um contrato de longo prazo com a Petrobras e, portanto, já superou a difícil fase de trabalhar apenas para garantir a sobrevivência do negócio, mas agora chegou a hora de mudar de nível. Sem a possibilidade de um encontro como este, dificilmente chegaríamos a estes investidores e nem temos funcionários para fazer este tipo de contato”, avalia Atella.

“Por melhores que sejam as ideias, transformá-las em produtos depende de muitos fatores. Estas empresas são muito inovadoras, mas pequenas para o nosso foco porque trabalhamos com quem tem receita líquida entre R$ 20 milhões e 150 milhões. No entanto, podemos encontrar nichos de mercado que podem ser explorados fazendo, por exemplo, um elo com possíveis necessidades de nossos clientes”, avalia o sócio e gestor de Fundos da Jardim Botânico Investimentos, Eduardo Faria.

Na outra ponta, atua a Criatec. Com 80% de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo de Investimentos de capital semente aplica em empresas inovadoras e em estágio inicial, com faturamento zero a R$ 6 milhões. “Este tipo de encontro é um filtro de oportunidades. Os projetos já são pré-selecionados”, afirma o gestor regional Cláudio Moraes.

A entrada de um investidor era uma hipótese nem sequer considerada pela Virtualy. Criada em janeiro de 2008, a empresa desenvolve simuladores para treinamento em operações de guindastes portuários e offshore, aeronaves regionais e helicópteros.

“Até seis meses atrás, eu nem pensava em qualquer tipo de aporte financeiro, mas mudar de idéia é sabedoria. Nossos produtos são muito bons e o sucesso da empresa é uma questão de tempo. A diferença é que a entrada de recursos pode acelerar este processo. Além do dinheiro, este tipo de associação amplia enormemente o contato para novos negócios porque o investidor trabalha junto”, afirma um dos sócios da empresa, Gérson Cunha.

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