terça-feira, 13 de outubro de 2009

Inovar é questão de sobrevivência para as pequenas empresas

A inovação e as pequenas empresas! Projeto lança o desafio de tornar empresas mais competitivas. E o Paraná é um dos estados pioneiros nesta iniciativa. Lá, empresários já sabem que inovar faz a diferença para ter sucesso no negócio.

Uma fábrica de tijolos e uma confecção são empresas bem diferentes. Mas compartilham as mesmas preocupações: acompanhar as mudanças do setor em que atuam. Não ficar parados no tempo, atrás dos concorrentes. O Sebrae nacional lançou o projeto Agentes Locais de Inovação. “É um projeto piloto que tem por objetivo testar uma metodologia indiana que propõe levar a cultura da inovação para dentro das micro e pequenas empresas”, explica Olavio Schoenau, do Sebrae/PR.

Vinte e oito agentes atuam no estado do Paraná. Um deles é a estilista Michelle Gazabin.
Ela socorreu a empresária Teolina Golambiuk quando a confecção estava sem rumo. “Ela tinha grande potencial, porém tinha dificuldade de organização, não tinha foco no produto que atendia. São elementos que atrapalham o desenvolvimento”, diz Michelle Gazabin,
agente local de inovação.

“Começamos a querer atender tudo o que os clientes queriam. Então, a gente fazia jaqueta, fazia calça, fazia linha fitness, biquíni. Começou a ficar muito amplo”, relata a empresária Teolina Golambiuk.

Agora, a empresa só produz roupas para praia, fitness e natação. Definir o foco também é inovar. Assim como modernizar a parte gerencial, consertar pequenos erros, buscar informações para melhorar o produto.

Na confecção, o corte ficava ao lado do estoque de roupas acabadas. Com o projeto, os setores foram colocados em andares diferentes. Foi uma inovação com custo zero que aumentou a produtividade. Também teve inovação no escritório. A empresária renegociou com os fornecedores os prazos de pagamento e assim aumentou o capital de giro. Ela dividiu tarefas e ficou com mais tempo livre para buscar novos negócios.

“Conseguimos o licenciamento com dois clubes, Coritiba e Atlético paranaense. Vamos produzir na linha de fitness, praia e natação para os dois clubes, com exclusividade em praia, o que para nós vai ser muito bom porque vai aumentar a produção, triplicar nos próximos dois meses”, diz Teolina.

Os agentes do Paraná abordaram quase 3 mil empresários. Mil já aderiram ao projeto e 60 têm planos de inovação em andamento. A meta nacional é beneficiar 30 mil negócios.

Uma olaria de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, já implantou o projeto. E inovou em todos os setores. “Às vezes, nós sabíamos que tinha algo errado, mas não sabíamos resolver. A partir do momento que teve esse contato com o Sebrae, a gente conseguiu resolver muita coisa”, conta o empresário Nilson Tortato.

Em um tijolo, 30% é argila de morro, e 70% é argila de várzea. O empresário Nilson Tortato misturava as matérias-primas sem se preocupar com a dosagem certa. Os tijolos não tinham padrão definido. Em um mesmo lote, era comum encontrar peças com peso e medidas diferentes.

O erro fazia a olaria perder R$ 0,02 por tijolo. Parece pouco, mas numa produção anual de 3,5 milhões de unidades o prejuízo chegava a R$ 72 mil. Agora, o dinheiro economizado é revertido em melhorias para as empresas.

A olaria também melhorou a qualidade das matrizes. Hoje, a peça que dimensiona os furos faz 3 milhões de tijolos idênticos. Outra inovação foi aplicada na queima dos produtos.
“A gente adaptou o forno para queimar qualquer tipo de maravalha. Desde serragem limpa, suja, casca de pinos, o que vier de biomassa a gente consegue queimar”, explica Nilson.

Os clientes da olaria percebem a inovação. Os tijolos são entregues em pallets de madeira.
“Antes, tudo era descarregado na mão, três tijolos cada um. Demorava um dia inteiro para descarregar uma carga de tijolo. Hoje, em cinco minutos, se descarregam 4 mil tijolos. Muito rápido”, diz o cliente Aldoir Gessi.

Nilson Tortato foi auxiliado pela agente local Katalin Stammer. A missão dela é convencer os pequenos empresários que nem toda inovação é tecnológica. “A gente mostra para eles, desmistifica para eles, mostra que a coisa pode ser mais simples, pode ser no seu dia a dia, uma mudança de processos, na sua rotina”, completa Katalin.

O Sebrae do Paraná lançou uma linha de crédito exclusiva para inovação. Em projetos de até R$ 10 mil, o Sebrae garante 50% do dinheiro. “O que nós queremos é que ele agregue mais uma função: trabalhar a inovação, ter alguém que olhe por esse aspecto da inovação. Isso tem que ser olhado no dia a dia. Do contrário, a empresa fatalmente acaba perdendo espaço no mercado”, explica Olavio.

Mais informações sobre o apoio do Sebrae aos projetos de inovação, procure um posto de atendimento mais perto de você ou visite o site http://www.sebrae.com.br

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