segunda-feira, 9 de março de 2009

Planejar é regra nº 1 no negócio próprio

Quem quer investir na carreira de empresário tem de ter perfil; saber gerenciar cada detalhe é outra regra fundamental
Adilson Camargo
Carteira assinada, férias, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), 13º salário. Quase todo trabalhador sonha em ter tudo isso. Mas tem uma parte que prefere abrir mão de todas essas regalias em troca de ter um negócio próprio. Ao invés de funcionários, querem ser patrão. Mas será que todos estão preparados para assumir o papel de empresários? Dados do Sebrae dizem que não. Embora tenha melhorado nos últimos dez anos, a taxa de mortalidade das micros e pequenas empresas no primeiro ano de existência ainda é alta – está em 27% contra 35% de dez anos atrás. A falta de planejamento prévio é apontado como o principal motivo para o fechamento de tantos negócios recém-lançados. E planejamento é tarefa básica para qualquer um que queira ser empresário.

Planejar sempre e gerenciar cada detalhe do negócio são atitudes primordiais para o sucesso empresarial. Saber como manter as finanças em dia, especialmente em um ano como este, que promete crescimento baixo; saber atrair clientes e aumentar as vendas; melhorar o marketing da empresa; saber a hora certa de recorrer ao crédito e de contratar funcionários são algumas das qualidades que se exigem dos atuais e futuros patrões. Só o desejo de ser empresário não basta, assim como também não basta ter dinheiro para abrir um novo negócio. É preciso unir esses dois pontos a um terceiro, que é o planejamento prévio. Sem isso, é difícil tornar-se um empresário de sucesso. A seguir, o Jornal da Cidade trata dessa e outras características que devem formar o perfil ideal para quem quer iniciar ou seguir a vida de empreendedor.

De acordo com o analista Mário Sérgio Capelozza, da área de orientação empresarial do Sebrae de Bauru, antes de iniciar qualquer negócio é fundamental entender de empreendedorismo e de gestão. De início, pode parecer duas palavras estranhas, mas, na verdade empreendedorismo nada mais é do que comportamento. “É o mesmo que religião. A partir do momento que você começa a seguir os mandamentos do empreendedorismo, você começa a se transformar”, diz Capelozza.

“Além de se transformar, o empreendedor transforma a sociedade. Ele é um inconformado. Ele tem de apresentar soluções. E não pensa só no seu crescimento, mas também no crescimento da cidade, do País”, explica o analista.

Por outro lado, entender de gestão ajuda o empresário a se organizar melhor. Segundo Cepelozza, a falta de uma gestão correta dentro da empresa, faz com que o patrão culpe todo mundo pelas dificuldades enfrentadas, menos ele.

Aí entra também a importância do planejamento. “Tudo começa por uma análise de mercado. Toda empresa, até um bar, precisa ser muito bem planejado para não correr o risco de fechar as portas em poucos meses”, afirma. Nessa análise deve ser levado em consideração que tipo de público a empresa quer atender, o potencial de consumo desse público, a localização, o limite geográfico (ou seja, saber se vai atender apenas o bairro ou a cidade toda), saber quem são e onde estão os concorrentes.

“A mortalidade das empresas, em sua maioria, passa pela falta de planejamento, pela falta de gestão, pela falta de dinheiro (capital de giro), pelo erro de estocagem, de fluxo de caixa. A análise mercadológica tem de ser permanente”, recomenda Capelozza.

Para o consultor de negócios Marcos de Souza Bresolin, muitos se aventuram na carreira de empresário para seguir os passos do pai ou do avô ou porque não encontraram vaga no mercado de trabalho. Segundo ele, o fato do pai ou avô ter sido um empresário de sucesso não significa, necessariamente, que o sucessor também será.

Na avaliação dele, é preciso entender o mercado onde o negócio está inserido. Além disso, é fundamental saber se existe público comprador para o produto que a empresa vai oferecer. Observar esses dois aspectos ajuda a reduzir o risco de fracasso. Aliás, como lembrou Bresolin, risco é algo que faz parte da vida de todo empresário. “Todo empreendedor tem de estar disposto a correr riscos”, frisa.

Estar sempre atento às oportunidades que surgem é uma das formas de reduzir esses riscos. Outra dica é investir tempo no planejamento. Ele lembra que normalmente a vida de empresário é muito corrida e sobra pouco tempo para análises e reflexões. Mas não tem como abrir mão disso. “É preciso parar um instante pára avaliar os resultados e corrigir o rumo, consertar o que não está dando certo. Com isso, um empresário tem grandes chances de ter sucesso nos negócios”, afirma o consultor.

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