terça-feira, 10 de novembro de 2009

Audiência pública debate inovação nas micro e pequenas empresas

Taxa de inovação das MPEs é muito menor que a das grandes companhias. Inovação é a chave para empresas sobreviverem no mercado atual, declarou representante do Sebrae

A Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável, presidida pelo deputado Heitor Schuch (PSB), realizou audiência pública nesta quarta-feira (04/11) para discutir as dimensões da inovação tecnológica e as micro e pequenas empresas (MPEs) no cenário econômico atual. O encontro foi proposto pelo deputado Adão Villaverde (PT).


Participaram representantes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), do governo federal e de centrais sindicais.

O deputado Adão Villaverde destacou a importância das MPEs no contexto da economia. "Representam de forma significativa a geração de emprego e inclusão social no estado e no País. Portanto, debater a questão da inovação é fundamental para serem mais competitivas. É um diferencial importante em todo e qualquer processo de desenvolvimento", declarou Villaverde.

Desenvolvimento

O superintende do Sebrae no Rio Grande do Sul, Marcelo de Carvalho Lopes, elogiou a iniciativa de promoção da audiência, pois, segundo ele, somente o fato de se colocar o tema da inovação na agenda do País já é um passo importante para o desenvolvimento nacional.

Lopes apresentou dados que demonstram a relevância da atuação das MPEs no RS e no Brasil. De acordo com os números do Sebrae, os pequenos negócios representam 98% das empresas brasileiras, sendo que alcançam 99,3% no estado. Ao todo, são 6,8 milhões de MPEs em todo o território nacional, que, somados a 10 milhões de empreendedores individuais, são responsáveis por 56,1% da força de trabalho formal urbana, compõem 26% da massa salarial e contribuem com 17% da arrecadação de tributos.

Para Lopes, a inovação tecnológica é fundamental para a sobrevivência das empresas no mercado atual, cada vez mais competitivo. Na avaliação do dirigente do Sebrae, é preciso desmitificar o conceito de inovação. Para tanto, o Sebrae desenvolve o projeto "Faça diferente", a fim de sensibilizar os pequenos empreendedores para os benefícios de se fazer o novo. Segundo Lopes, a taxa de inovação das MPEs é muito menor que a das grandes empresas. "Melhorar este índice é um desafio para todos os que trabalham com as MPEs", conclamou.

Prioridade

O vice-presidente da sede regional da Abimaq, Marcos Coester, defendeu que a inovação tecnológica deve passar a ser a principal prioridade do setor produtivo, como premissa para o desenvolvimento sustentado. Para atingir essa meta, Coester defendeu a necessidade de desoneração dos investimentos e o entendimento de que a exportação seja uma meta nacional. Já o diretor da Abinee, Luiz Franciso Gerbase, afirmou que existe a consciência de que a novidade gera um valor econômico. "O problema é como fazer isso acontecer. Não é uma arte, não é uma inspiração, é um processo, um método. Precisa de capital e mercado", assinalou.

A representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Loreni Foresti, ressaltou a participação das MPEs nas compras do governo federal. De acordo com os dados apresentados por Loreni, as MPEs vencem 67% das licitações realizadas pela União, o que representa mais de 50% das compras efetuadas. No RS, o percentual é de 56%. "Os governos podem ser indutores de alguns segmentos através da sua política de compras", concluiu.

Fonte: Abimaq

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